O livro bíblico de Filipenses é uma carta escrita pelo apóstolo Paulo enquanto ele estava preso. Apesar de ser escrita na prisão, a carta possui 16 menções a alegria, em 4 capítulos. Por isso, apesar de tratar outros temas, ela ficou conhecida como “a carta da alegria” e tem sido estudada por cristãos no decorrer dos séculos para encontrar alegria, em momentos difíceis.
No primeiro capítulo, o apóstolo relata como ele tem lidado com seus maiores problemas naquele momento:
– Prisão (Filipenses 1.12-14): Naquele momento Paulo está preso por falar de Cristo. É uma situação difícil, precária e frustrante, mas o apóstolo não demonstra qualquer abatimento por isso. Ao contrário, ele está animado, porque conseguiu aproveitar a oportunidade para falar de Jesus aos guardas.
– Difamação (Filipenses 1.15-18): Outros pregadores da época, estavam se aproveitando da prisão do apóstolo, para se sobressair, o difamando. Possivelmente, divulgavam a ideia de que se ele estava preso, deveria ser um castigo de Deus. Se você já foi difamado, sabe como isso é difícil. Mas o apóstolo lida com absoluta serenidade, expondo que o importante não é a sua imagem, mas a de Cristo.
– Ameaça de morte (Filipenses 1.19-26): De fato, a qualquer momento, poderia sair uma sentença de morte para o apóstolo. Você já imaginou como seria estar nessa situação? Quantos de nós não perderíamos o sono? Mas não Paulo. Ele expõe que se for libertado ficará feliz de continuar seu ministério e se morrer, ficará feliz de estar com Jesus. Nesse contexto ele expões sua frase marcante: “porque para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Filipenses 1.21).
Como ele consegue lidar com esses problemas?
Como? Você percebeu algo em comum nas três abordagens? O que? Paulo se tranquiliza na prisão, porque está conseguindo falar de Cristo para as pessoas; não se importa com a difamação, porque a imagem de Cristo está preservada e sendo mais conhecida; e não se abate diante da morte iminente porque isso significaria estar com Cristo. O traço comum é a vida que ele tem com Jesus.
Deixe-me explicar um pouco melhor isso. O apresentador brasileiro Antônio Abujamra, no final do seu quadro de entrevistas, costumava fazer uma pergunta para os entrevistados: O que é a vida? O intuito era entender a visão e o principal objetivo de vida do entrevistado. A pergunta era normalmente repetida algumas vezes para testar a firmeza da resposta. Você pode pesquisar no YouTube. As respostas são bem variadas. Alguns falam que a vida é dor e sofrimento. Outros que é uma aventura. Outros simplesmente assumem que não sabem. Como vocês responderiam a essa pergunta? Acredito que a maioria das pessoas, se fossem honestas, responderiam que a vida é viver da forma mais confortável e estável possível, ter uma família amorosa, ter sucesso, ser admirado e aproveitar ao máximo, tendo o maior número de experiências possível. Grande parte das pessoas pelo menos, vive buscando isso.
A partir do que lemos, o que Paulo responderia? “Para mim, o viver é Cristo (v.21)”. O que isso significa? O objetivo central da vida dele é viver com Deus através de Jesus e fazer diferença no mundo. Lembre-se que Paulo não era apóstolo em tempo integral. Ele possuía uma empresa de fabricação de tendas. Na verdade, era um empresário. Se seu objetivo de vida fosse consolidar sua empresa, como teria reagido a prisão? Estaria arrasado, porque sua empresa iria falir com a situação. Se seu objetivo fosse parecer bem-sucedido aos olhos dos outros como teria lidado com a difamação? Estaria perdido. Se fosse ter uma vida confortável, adquirindo coisas e tendo experiências, como ele lidaria com ameaça de morte? Ele estaria completamente desestabilizado – teria perdido tudo. Mas tendo a Cristo como seu objetivo de vida, como ele reage? O sofrimento, a prisão, a difamação e mesmo a morte não podiam fazer nada – pelo contrário, o aproximam ainda mais do que o que ele realmente busca.
Será que o mesmo vale para nós? Cremos que fomos criados por um Criador. Cremos também que quando Ele nos criou, nos criou para algo, para um propósito. Será que Deus ao criar a humanidade, pensou: Vou cria-los para que tenham carreiras exitosas; para que enriqueçam; para que tenham uma vida confortável e estável; para que viagem e tenham o maior número de experiências possível? Ou será que Deus nos criou, pensando: Vou cria-los para que vivam comigo e façam diferença no mundo? Em Gênesis, quando Deus cria o ser humano, faz isso a sua imagem e semelhança. Temos um bom consenso hoje de que isso significa que o Criador nos fez para nos relacionarmos com Ele, nos parecermos com Ele no seu caráter e o representarmos nesse mundo. Nosso objetivo central de vida deveria ser viver com Deus, através de Jesus, sermos transformados nesse convívio e fazermos diferença nesse mundo. Isso significa “Para mim, o viver é Cristo”.
Pense um pouco:
Será que boa parte das nossas frustrações não é porque temos os objetivos de vida errados?
Se nosso objetivo central de vida fosse viver com Cristo e fazer diferença nesse mundo, não lidaríamos com as frustrações de forma mais tranquila?
O que tem sido mais importante para você: O que Deus pensa ou o que as pessoas pensam?
Onde você tem colocado teu coração e prioridades – viver com Deus ou ser um sucesso?
Fazer de Jesus Cristo nosso objetivo de vida central, é indispensável para que consigamos encontrar alegria em todos os momentos da vida.
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